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Alerta para “doenças do carnaval”

Frevo, samba, maracatu, sobe e desce de ladeiras. O folião deve estar preparado, neste carnaval, para curtir a festa sem sofrer nos dias seguintes. Referência em Traumato-Ortopedia, Cirurgia Geral e Clínica Médica, o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, alerta para as doenças que surgem nessa época do ano, por conta da aglomeração e contato de pessoas, além do esforço ao dançar e acompanhar blocos, muitas vezes em lugares íngremes e irregulares.

A primeira recomendação diz respeito à preparação para encarar a folia. Uma boa hidratação, roupas leves, uma alimentação saudável e, também, calçados confortáveis, para não prejudicar os membros inferiores e a coluna, são fundamentais. O ortopedista, Francisco Couto, diretor médico do HMA e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Pernambuco, com quase 20 anos de experiência na área, alerta, primeiramente, para o tipo de calçado que será usado. O calçado ideal para quem vai pular em blocos de rua é um tênis confortável ou sapato sem salto. “Isso porque o tornozelo e o joelho é que suportam as sobrecargas do corpo, e são locais de frequentes lesões. Exagerar no carnaval, com saltos inadequados no sobe e desce de ladeiras ou no passo do frevo, por exemplo, pode causar instabilidade e provocar lesões dos ligamentos ou dos meniscos”, explica.

Outro cuidado importante é com a coluna lombar. Passos de dança e alguns tipos de comidas e bebidas alcoólicas podem sobrecarregar essa região. A orientação é ficar atento aos movimentos bruscos durante o carnaval e preferir uma alimentação mais leve e saudável, que facilita a digestão, evitando infecções alimentares.

Doença do Beijo – A Mononucleose, também conhecida como Doença do Beijo, é bastante comum na época de carnaval. Transmitida por vírus, atinge geralmente jovens de 15 a 25 anos de idade, provocando febre, dor nas articulações e garganta. Apesar do nome, o beijo não é sua única forma de contágio: a contaminação também se dá por meio de espirro, tosse e saliva em copos, talheres e xícaras.

De acordo com a infectologista Cátia Branco, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HMA, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe forte ou amigdalite bacteriana. “A pessoa pode ter febre alta, dor na garganta, secreção nas amígdalas, tosse, fadiga, dor nas articulações e surgimento de gânglios no pescoço, podendo avançar para outras partes do corpo”, detalha. Não há um tratamento específico para a doença. O paciente deve ficar em repouso, se hidratar bem e evitar a automedicação. De acordo com dra. Cátia, só um exame de sangue é capaz de detectar a mononucleose e o médico vai orientar sobre a medicação.

Viroses – A combinação das prévias, dos quatro dias de carnaval, da aglomeração, má alimentação, excesso de atividades e pouco descanso pode resultar numa série de viroses que acomete o folião no pós-festa. As viroses aparecem com mais frequência no carnaval e no verão, quando há maior risco de contágio na ingestão de alimentos ou água contaminada. Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, mal estar, cansaço, inflamação na garganta, diarréia e vômito.

O coordenador de Clínica Médica do HMA, Fábio Queiroga, alerta para a importância de procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico: “não é o caso do médico detectar precisamente o vírus que está causando esses sintomas, mas sim ter a certeza que o paciente não apresenta sinais que possam indicar um outro problema, que não apenas uma simples virose”. Dentre esses sintomas estão febre alta, amigdalite, diarreia infecciosa, dor abdominal intensa, sinais de desidratação, hipotensão e o período de duração dos sintomas. Em alguns casos, quadros de infecções mais graves podem aparecer nos primeiros dias de forma muito parecida com uma virose comum, só vindo a manifestar claramente os sintomas após 48 ou 72 horas, causando complicações como pneumonia e outras infecções associadas.

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