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Brasil deve ser o único país a não eliminar hanseníase até o fim de 2015

Diario de Pernambuco

Apesar da evolução no combate à hanseníase, o Brasil não deve alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a doença até o fim deste ano. A enfermidade, que já foi epidêmica e levou ao isolamento milhares de pessoas no século passado, teve 24.612 novos casos detectados em 2014, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde. Com isso, o Brasil se torna o país que mais registra novos casos no mundo, e o único a não conseguir eliminar a doença, segundo o Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase (Morhan). Apenas no Distrito Federal e em outras oito unidade da Federação, as metas estabelecidas pela OMS foram alcançadas.

O órgão considera em processo de eliminação as doenças que atingem menos de um a cada 10 mil habitantes. No Brasil, esta taxa esteve em constante queda de 2004, quando o número de infectados era de 2,8 a cada 10 mil, até 2013, quando passou para 1,4. No entanto, se confirmados os dados de 2014, o valor terá aumentado para 1,56. “O aumento mostra que o Brasil não tem um trabalho permanente de combate. Há aumento esporádico no número de brasileiros infectados mesmo quando se diminui o número de novos casos”, afirma Artur Custódio, coordenador nacional do Morhan.

Apesar do aumento proporcional no total de brasileiros infectados em 2015, as ocorrências inéditas vêm diminuindo nos últimos 13 anos. A redução também foi verificada no ano passado, quando, de acordo com o ministério, o registro caiu de 31.044, em 2013, para 24.612, em 2014. O aumento de brasileiros com a doença seria consequência, segundo a pasta, do crescimento da quantidade de enfermos em tratamento — que subiu de 28.485 para 31.568 no período — e de uma política ativa na busca por novos casos.

“Não é nossa maior preocupação chegar na meta da OMS. O Brasil é um país heterogêneo, com acessos geográficos de grande dificuldades. Estamos fazendo uma política ativa para descobrir casos nestes lugares” pondera Rosa Castália, coordenadora-geral do ministério para Hanseníase e Doenças em Eliminação. “Não me interessa eliminar a doença e depois voltar para taxas elevadas de contaminação, como já ocorreu em outros países.”

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