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 Clube dos Espanadores de Carpina comemora 100 anos

Paulo Ferreira

O número 17 da av. Assis Chateaubriand, em Carpina, na Mata Norte, abriga o centenário Clube Carnavalesco Misto dos Espanadores. Fundado no dia 17 de 1917 por um grupo de moradores da Floresta dos Leões, hoje, Carpina, funcionários da extinta Great West, a rede ferroviária inglesa, para brincarem o carnaval. Esses homens eram trabalhadores da limpeza, maquinistas, bilheteiros, da segurança e manutenção da Estação Ferroviária local.

Para comemorar a data histórica, o presidente dos Espanadores, Itamar da Silva Oliveira, programou uma manhã de sol no próximo domingo (19). Uma decoração com estandartes de desfiles de carnavais passados, muita cores e brilho enfeita um dos poucos patrimônios da história da cidade. Orquestra de frevo, banda de pagode e de “suingueira” vão animar a festa. “Não era apenas isso que queríamos”, disse Itamar, neto de um dos fundadores. “Pensamos em reviver os carnavais com um grande desfile nas ruas de Carpina, mas não recebemos apoio do poder público e de patrocinadores”, continuou.

O clube, cujo símbolo é dois espanadores cruzados nas cores vermelho e branco e por descuido de seus dirigentes só foi registrado em 1926, desfilou durante anos pelas ruas e avenidas da cidade. “Os Espanadores não é apenas um patrimônio de nossa cidade, é de Pernambuco. O frevo, que surgiu em 1909, tem no clube carpinense um de seus maiores divulgadores na Mata Norte”, comentou o jornalista Ramos Silva. O aposentado João Germano da Silva, morador da rua do Bacalhau, de 96 anos, era um dos maiores folião dos velhos carnavais de Carpina. “Seu Tito” (nome popular), que ainda corta cabelo em casa e a domicílio, afirmou que “a coisa mais bonita que já vi eram os desfiles e encontros das orquestras dos clubes Lenhadores, Motoristas e Espanadores. Tudo de bonito, eles botavam pra quebrar. O carnaval de antigamente era uma festa de confraternização popular, onde as pessoas podiam brincar à vontade, sem se constrangerem ou temerem a violência”.

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