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Congresso Eucarístico Diocesano: primeiro dia é marcado por reflexões, oficinas e sessão de perguntas e respostas

O primeiro dia do Congresso Eucarístico Diocesano de Nazaré foi marcado por reflexões, manifestações artísticas e culturais, oficinas e momento de perguntas e respostas (fila do povo). Cerca de 380 pessoas estão participando do encontro, que acontece de 02 a 05 de agosto, na Quadra de Esportes da Escola de Aplicação, em Nazaré da Mata (PE). O Congresso está sendo assessorado pelo bispo da Diocese de Palmares, Dom Henrique Soares.

Todos os cantos da Igreja de Nazaré estão representados por padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, leigos e leigas – protagonistas da vida e missão nestes 100 anos desta Diocese. A programação começou, às 08h30, com a acolhida de símbolos ricos em significado para esta Igreja Particular: o Círio Pascal; as bandeiras do Brasil, de Pernambuco e da Santa Sé Apostólica; o báculo e a mitra do primeiro bispo diocesano Dom Ricardo Vilela, e uma imagem primitiva da Virgem da Conceição (padroeira de Nazaré). Em seguida, toda a assembleia rezou o ofício divino das comunidades e recebeu, em plenária, quadros com fotografias e uma breve biografia de todos os bispos que já passaram por esta Diocese.

Logo depois, deu-se início a sessão solene de abertura, com a composição da mesa, formada pelos seguintes representantes: Dom Francisco Lucena (Bispo Diocesano), Dom Henrique Soares (Assessor do Congresso), Dom Limacêdo Antônio (Bispo Auxiliar de Olinda e Recife), Padre Antônio Inácio (Vigário Geral), Padre Severino Correia (Representante do Clero de Nazaré), Padre Pedro Francisco (Coordenador diocesano de Pastoral); além dos coordenadores de cada Região Pastoral: Pe. Arthur Alexandre (Surubim), Pe. Raimundo Araújo (Limoeiro), Pe. Sérgio Santana (Carpina) e Pe. José Edson (Goiana). E ainda: a Ir. Conceição, das Filhas da Caridade, representando as Congregações Religiosas; e o Sr. Silvino, da cidade de Goiana, representante do laicato. Composta a mesa, todos cantaram o hino do centenário – juntamente com os padres Antônio Maria e Antônio Lucena (autores do hino) –, e rezaram a oração dos 100 Anos.

Em seu discurso de abertura, o bispo diocesano Dom Francisco Lucena ressaltou a importância de iniciar este congresso exatamente no dia em que se comemora a criação desta Igreja Particular, desmembrada de Olinda e Recife aos 02 de agosto de 1918, através da Bula “Archidioecesís Olindensis et Recifensis”. “Este é um momento especialíssimo. Iniciar nosso I Congresso Eucarístico neste dia 02 de agosto, dia da criação desta querida Diocese, é uma grande graça para todos nós”, declarou.

Dom Lucena fez, ainda, um apelo para que todos aproveitem cada momento deste encontro, como uma oportunidade de mergulhar mais profundamente na formação pastoral e doutrinal da Eucaristia, bem como na espiritualidade eucarística. “Um Congresso Eucarístico tem implicações nas nossas vidas. Implicações sociais, culturais, espirituais, pastorais, ecológicas, ecumênicas. Este Congresso quer ser a convergência de todas as pessoas que professam a fé Católica na Santíssima Eucaristia. A Eucaristia é fonte, centro de toda a vida cristã; o maior tesouro da Igreja Católica, presença do próprio Cristo no meio do povo de Deus. Na Eucaristia, recebemos o corpo de Cristo, e somos transformados, de novo, no Corpo de Cristo”, proferiu. E concluiu, convidando os diocesanos a fazerem da Eucaristia – Corpo e Sangue de Cristo – a força e o alimento para a nova história que se inicia a partir da celebração deste centenário. “A Diocese de Nazaré vive da Eucaristia”, asseverou.

Após o pronunciamento de Dom Lucena, a palavra foi dada ao Assessor do Congresso, Dom Henrique Soares, que iniciou seu discurso falando da alegria em celebrar com a Igreja de Nazaré este momento tão importante nas comemorações de seu centenário jubilar. “É uma alegria estar com vocês nestes 100 anos. Esse Congresso é um momento de graça. E as coisas que falarei também são graça de Deus, que vão ajudar vocês a terem uma espiritualidade, uma vida Eucarística que impulsionará a vida desta Igreja Particular”, explicitou.

Durante toda a manhã, Dom Henrique centrou suas reflexões no primeiro dos seis tópicos que serão trabalhados ao longo do Congresso, a saber: 1. A Eucaristia como Sacrifício; 2. A Eucaristia como Banquete escatológico; 3. A Eucaristia como presença real de Cristo; 4. A Eucaristia como Sacramento da comunhão; 5. A Eucaristia como fonte da ministerialidade da Igreja; 6. A Eucaristia como fonte de missão. Todas as abordagens são inspiradas na Carta Eucarística de São João Paulo II.

Ao destacar a relação – intrínseca e inseparável – entre Eucaristia e Igreja, o bispo de Palmares advertiu: “o centro da igreja de sua paróquia não é o sacrário, mas o altar. Sem o altar não haveria sacrário nem Eucaristia. A Igreja nasce da Eucaristia; e a evangelização traz de volta para a Eucaristia. A Eucaristia é fonte e cume da vida da Igreja, e da evangelização”, destacou.

Um dos pontos fortes de sua reflexão, neste primeiro momento da programação, foi o de que a Eucaristia – como memorial do sacrifício pascal do Senhor – torna presente o único e irrepetível sacrifício do Cristo salvador; recordando, também, de nossa participação neste sacrifício ao comungarmos. “O sacrifício de Cristo não está no passado, congelado no tempo. Por obra do Espírito Santo, está eternamente novo, presente em todos os lugares, perene e salvífico, na glória do Pai, no santuário celeste. Por isso, nenhuma outra celebração se iguala ao sacrifício eucarístico em força, santidade e eficácia”, explicou.

E prosseguiu: “Quando celebramos a Eucaristia, é toda esta vida sacrifical, esta vida doada aos irmãos por amor ao Pai, que se torna presente sobre o altar para a nossa salvação. Celebrar este sacrifício santo nos compromete profundamente, seja pessoalmente seja como Igreja. Participar da Eucaristia, como afirma São Paulo (1Cor 10,16), é estar disposto a fazer de nossa vida uma participação no sacrifício de Cristo, completando em nossa existência o mistério da cruz do Senhor. Não poderia participar desse altar quem não está disposto a se oferecer a cada dia com Cristo e como Cristo”, enfatizou.

Após pausa para o almoço, os congressistas, divididos em grupos, seguiram para as cinco salas onde aconteceram as oficinas: Eucaristia e Catequese (Pe. João Bosco do Nascimento – Diocese de Guarabira/PB), Eucaristia: defesa e promoção da vida (Dom Limacêdo Antônio – AOR/PE), Eucaristia: vida e celebração (Pe. Espedito da Silva – Diocese de Patos/PE), Eucaristia e Missão (Pe. Aluísio Ramos – Diocese de Nazaré/PE), Eucaristia e Família (Dom Henrique Soares – Bispo de Palmares). A programação da tarde foi encerrada com a Santa Missa, presidida por Dom Henrique Soares.

“Hoje o senhor me dá a graça de falar para uma Igreja centenária. O que eu, sucessor dos apóstolos, posso dizer?”, iniciou o Bispo de Palmares, sua homilia, com esse questionamento. Durante sua partilha, Dom Henrique instigou os diocesanos de Nazaré a continuarem ‘jogando’ as sementes, sem medo, sem desanimar, e sem se preocupar, demasiado, com os resultados – porque eles cabem a Deus. “A Igreja de Nazaré tem que semear. Não tenham medo, não desanimem. Há 100 anos vocês estão fazendo isso. Não fiquem preocupados com o resultado! O crescimento quem faz acontecer é Deus. A tua missão é jogar a semente. Não importa onde. Proclama a palavra oportuna e inoportunamente. Uma parte vai cair em terra boa”, instruiu.

E continuou: “Não existe sucesso ou fracasso na evangelização. Existe fazer a nossa parte. Qual a metodologia de São Paulo? Qual o projeto pastoral de São Pedro? O amor, o estar com Jesus, o ser apaixonado por Jesus, o viver Jesus”, ressaltou. Em suas palavras finais, Dom Henrique Soares animou e abençoou a Igreja de Nazaré: “Esta Diocese é antiga, mas não é velha. Que ela seja como o barro mole nas mãos do oleiro. Que ela se deixe plasmar pelo Espírito. É o Espírito que rejuvenesce, é o Espírito que dá vida. Tenham medo não! O Espírito está com vocês! Deus abençoe a todos”.

Na parte da noite, os congressistas participaram de uma sessão de perguntas e respostas com o assessor Dom Henrique Soares. Diversos temas foram discutidos: pecado, confissão, ressurreição e vida eterna, eucaristia (e jejum eucarístico), celebração, salvação, vestes litúrgicas, dentre outras questões referentes à doutrina católica. O roteiro do dia foi concluído com a oração de encerramento.

O término do Congresso acontecerá na tarde do sábado, 04, às 16h30, na Praça dos Lanceiros, com a celebração da Santa Missa, seguida da procissão com o Santíssimo Sacramento até a Igreja Catedral. A Eucaristia será presidida por Dom Francisco Lucena, e contará com a participação de todos os congressistas, além dos Coroinhas e Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECES) da Diocese.

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