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Em calamidade pública desde janeiro, Goiana cancela festejos de carnaval

G1// A cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, não terá festas de carnaval neste ano. A medida, anunciada pela prefeitura nesta segunda-feira (20), atende às determinações de uma ação civil do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e tem o objetivo de economizar gastos para priorizar pagamentos do município, que se encontra em estado de calamidade pública desde janeiro de 2017.

De acordo com o procurador geral do município, Alcides de França, não há como estimar o quanto será economizado com a suspensão do carnaval na cidade, mas a redução de despesas municipais já gerou aos cofres do município uma economia de aproximadamente R$ 12 milhões nos primeiros dias do ano. “Esse valor possibilitou o pagamento de duas folhas em atraso de aposentados, uma folha em atraso de servidores efetivos e a folha de pagamento atual [de janeiro]”, explicou.

A realização de eventos recreativos na cidade implicaria uma pena de R$ 500 mil por festa, valor a ser pago pelo próprio prefeito, Osvaldo Rabelo Filho, conforme determinação do MPPE. O corte de carros oficiais para os ocupantes de cargos municipais, a redução no valor de aluguéis de prédios municipais como postos de Saúde da Família e a diminuição no número de contratos temporários são outras medidas de redução de gastos adotadas em Goiana.

Ainda segundo França, os setores de saúde e educação também terão prioridades no município. “Estamos trabalhando para que a reestruturação administrativa seja retomada no mês de março”, esclareceu o procurador.

Problemas financeiros- No ano passado, professores municipais de Goiana realizaram protestos pelas ruas do Recife e de Goiana para reivindicar o pagamento de salários atrasados. De acordo com a categoria, cerca de 600 profissionais cruzaram os braços para exigir pagamentos integrais de remunerações dos meses de junho e julho.

Ainda em 2016, a Polícia Civil deflagrou, em agosto, uma operação para investigar um grupo responsável por desvio de dinheiro público do município. Segundo as investigações, pelo menos R$ 2,5 milhões foram repassados para contas de funcionários-fantasmas. Ainda de acordo com a corporação, parentes e amigos do responsável pelo desvio, o administrador da folha de pagamento do município, também eram beneficiados com salários mensais de até R$ 60 mil.

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