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Em Carpina, lixão põe em risco saúde dos moradores

Uma nuvem de fumaça e de cheiro desagradável vem tirando o sono e provocando várias doenças nos moradores de Carpina, na Zona da Mata de Pernambuco. Os gases produzidos são provocados pelo lixão do município, instalado no canavial da Comunidade Três Paus, e inclui resíduos hospitalares, industriais e até restos mortais de animais, que vêm entrando em combustão, prejudicando diretamente a saúde da população e o meio ambiente.

As primeiras vítimas são os catadores que andam e manuseiam os resíduos sem usar máscara ou qualquer equipamento de segurança. Além de inalar a fumaça, eles convivem com materiais que não foram devidamente descartados e com o chorume – líquido originado da decomposição do lixo.

A família da catadora de material reciclável Carla Fabiana, 32 anos, sobrevive com a renda retirada da coleta. Ela nasceu na comunidade e acompanhou todo o desenvolvimento do lixão. Mãe de seis filhos, com idades entre 4 e 16 anos, ela lamenta os problemas enfrentados. “Eles reclamam do cheiro forte, sempre tossem e esfregam os olhos. Acho que uma das minhas filhas já está com problemas respiratórios”, lastima.

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Moradores tem usado as redes sociais para denunciar a situação. Foto: (Reprodução/ Facebook)

Quem precisa lidar diariamente com o problema sente os efeitos da nuvem de gases tóxicos. O casal Riselma de Lima, 34 anos, e Severino Jaquino da Silva, 49 anos, também tiram o sustento do lixão. “O maior problema é a fumaça. Quando estamos no meio do lixo, às vezes começa a pegar fogo. Tenho medo, mas dependo do lixo para manter meus quatro filhos”, comenta.

A montanha de dejetos fica perto de uma vila e os moradores do local se queixam de problemas respiratórios e do mau cheiro que tem provocado sérios riscos à saúde. A nuvem de fumaça toma conta da área durante todo o dia e a noite é mais frequente. Chegando a atingir ainda os bairros próximos, a exemplo do Cajá, Carneiro Leão e São Sebastião.

“A noite meus dois filhos, um de 8 e outro de 6 anos, sempre reclamam da fumaça e tem dificuldades para dormir. Eu também tenho problemas de alergia e sinto que estão se agravando”, comenta a dona de casa Natália Cavalcanti,que reide no Bairro do Cajá.

Medidas- Apesar de ter assinado um termo de ajustamento de conduta para se adequar a Lei Federal de Resíduos sólidos, a administração municipal de Carpina ainda não vem cumprindo as determinações. A comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa fez uma vistoria no lixão e fez alguns encaminhamentos, mas efetivamente nada foi realizado no local.

Enquanto isso, a população de Carpina aguarda que os órgãos de proteção ambiental tomem uma atitude para solucionar o problema e esse descaso contra a saúde humana.

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