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“Frei Damião – O Santo do Nordeste”, breve nos cinemas brasileiros

Enquanto o sanguinário Lampião trouxe o terror para o Nordeste, houve um homem que fomentou a fé, a esperança e o amor ao próximo, na região. Foi Frei Damião. Seus devotos dizem, que “Deus o enviou para o Nordeste”.
Quem viveu entre as décadas de 1930 a 1990, como em um túnel do tempo, vai reviver a trajetória de vida desse religioso, que faleceu no Recife, em 1997. E as novas gerações conhecerão um homem de Deus que transformou a região em um caldeirão de fé e fraternidade. Tal é a beleza e descrição do filme “Frei Damião – O Santo do Nordeste”, que foi exibido no Cine PE, no dia 29 de julho, no Recife, e em São Lourenço da Mata, no evento Agosto Cultural.
Em outubro, terá lançamento nacional. Em Carpina, poderá ser exibido no cineplex do Carpina Shopping. O longa-metragem busca entender o profundo contexto de fé em torno do nome de Frei Damião. A memória dos fiéis daquele tempo recorda o poder curativo alcançado por meio da batina do religioso, da qual muitos tentavam conseguir um pedaço para alcançar uma graça. Diversos devotos falam maravilhas desse capuchinho, que já é considerado santo pelo povo. A um passo de ser canonizado pelo vaticano, por enquanto pode ser venerado como beato. Ele terá sua história e santidade revivida nas telas.
“Frei Damião – O Santo do Nordeste”, dirigido pela cineasta pernambucana Deby Brennand, traz detalhes da vida do sacerdote desde a sua infância e juventude. O documentário, segundo Deby, busca “entender o seu lado humano e o que acontece com um homem para ser transformado em um santo”.
O filme mostra o histórico de sensitividade e fé que deram ao frade a fama de milagroso. Os nordestinos veem Frei Damião como um mito e suas histórias todo mundo conhece. No Brasil, pouco se sabe do religioso, e com esse filme irão compreendê-lo. No Recife, onde o frei capuchinho radicou-se brasileiro, acontece um intenso fluxo de peregrinação que visita o túmulo do religioso, localizado no Convento de São Félix, no Pina.
A missão religiosa de Frei Damião se estendeu por mais de seis décadas, doando-se por uma causa, principalmente a atenção aos pobres e à evangelização. De personalidade silenciosa e pacífica, Frei Damião (nome bem nordestino) foi uma pessoa que viveu de forma humilde, sempre voltada para ajudar aos mais necessitados. A sua história ultrapassa os limites do tempo.
Para a devota do beato, Maria José de Paula, “o Vaticano confirmou aquilo que o povo nordestino já sabia”. Ela afirmou que, mesmo em época de seca, depois que o frei fazia seus sermões, chovia no lugar, segundo sua avó.
A escritora Maria Luisa de Vasconcelos Santos, que disse ter tido “o prazer de ver um santo”, seguiu o religioso em Carpina, Nazaré da Mata e outras cidades, e relata em seu livro “Frei Damião, o Peregrino do Nordeste”, que o frade realizou mais de três mil missões na região. Ele também sofreu perseguições da própria Igreja, sendo proibido por certos bispos de fazer pregações. O livro “Frei Damião, o Peregrino do Nordeste” precisa de apoio para ser publicado.
O filme – Produzido entre 2016 e 2018, o documentário, que contou com o apoio de várias empresas, entre elas o Grupo Petribu, reúne imagens inéditas, entrevistas, depoimentos e testemunhos de milagres. Entre as imagens, há o material coletado pelo capuchinho Frei Fernando, que era muito próximo de Damião, e filmava tudo que via. Essas filmagens mostram uma visão íntima e cotidiana do religioso. O documentário ainda conta com depoimentos de inúmeros padres, frades e devotos que viveram com o frei ao longo de mais de 66 anos.
A narrativa mistura imagens e relatos reais com dramatizações da juventude do franciscano. A montagem conta com imagens feitas na Itália, além de alguns estados brasileiros a exemplo de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Ceará, pontos principais percorridos durante as Santas Missões. Na Itália, familiares e biógrafos afirmam ter sido o local em que ele teria recebido o chamado de Deus, aos 13 anos.
Vida e Morte – Nascido em Bozzano, na Itália (a cinco de novembro de 1898), Frei Damião, cujo nome de batismo é Pio Gianotti, iniciou a vida religiosa aos 13 anos. Mas teve que interromper para lutar na 1ª Guerra Mundial. Depois veio para o Nordeste brasileiro, onde desenvolveu seu trabalho, as Santas Missões. Durante 66 anos, o franciscano viajou por diferentes estados nordestinos em um trabalho de evangelização e assistência aos mais pobres. Assim, o frei criou um forte laço com o povo dessa região.
Frei Damião morreu no Recife, aos 98 anos, vítima de um derrame cerebral. Este ano, foi considerado venerável pelo Vaticano. O título é imediatamente anterior à canonização. Para alcançar o nome de santo, é preciso ainda a comprovação de mais um milagre realizado pelo capuchinho, totalizando três. Os milagres são mantidos em sigilo, conforme pede a Igreja Católica.

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