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Médicos alertam para efeitos colaterais e perigos de usar remédios para emagrecer

No fim de junho, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que autoriza a produção, a venda e o consumo de uma série de remédios para emagrecimento. Apesar disso, fazer de tudo para emagrecer ou engordar é um perigo, se não houver o acompanhamento de um profissional de saúde. Esse cenário tem sido uma constante no cotidiano de muitos jovens e chamado a atenção dos médicos para os efeitos colaterais e perigos da compulsão corporal.

Em entrevista o médico especialista em longevidade Geraldo Amorim afirmou que, na adolescência, os indivíduos se sentem muito cobrados com relação à estética e, sem orientação, podem tomar decisões perigosas. “Para se sentir inseridos, eles procuram padrões de beleza para se adequar. Isso começa na adolescência e pode se estender durante a vida adulta”, explicou.

Aos 16 anos, o estudante Esdras Luís se preocupava muito com o sobrepeso. Em três meses, ele perdeu 20 quilos, mas, apesar da rapidez na mudança, não precisou dos medicamentos.

“Fui treinando muito e consegui perder peso. Mudei a alimentação. Eu comia muito e agora estou comendo um pouco menos. Além disso, fui tirando carboidratos, como muito pão, e parei um pouco com o refrigerante”, disse.

Aumento da pressão arterial e taquicardia são possíveis efeitos colaterais dos remédios para emagrecimento (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Aumento da pressão arterial e taquicardia são possíveis efeitos colaterais dos remédios para emagrecimento (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Na situação inversa, a estudante Perla Barbosa, de 17 anos, quer ganhar cinco quilos. “Eu sempre quis vestir uma roupa maior, ter um pouquinho mais de carne, mas isso é muito difícil, porque eu como muito e não engordo. Já cheguei a comprar roupas na seção infantil, porque as outras lojas não têm o meu manequim”, afirma.

Entre os medicamentos permitidos no projeto de lei, estão que tenham em sua composição as substâncias sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol, utilizadas para o emagrecimento. A matéria segue agora para a sanção do presidente Michel Temer. O texto já havia sido aprovado pela Câmara e foi alterado quando passou pelo Senado. Por isso, precisou de nova votação pelos deputados.

Para o médico Geraldo Amorim, os pais devem ficar atentos ao cotidiano dos adolescentes e saber orientá-los quanto aos perigos e prejuízos da utilização indiscriminada dos medicamentos.

“Todas as drogas devem ter prescrição, porque os efeitos colaterais são importantes. Se o pai notar que o filho tá mais irritado, estranho, é bom averiguar a bolsa, para ver se há algum remédio indevidamente prescrito. A curto prazo, os efeitos colaterais incluem aumento de pressão, por exemplo, mas, se não mudar os hábitos, volta tudo depois ou até mais”, explicou Geraldo.

Antes de tudo, segundo o médico, o importante é consultar um profissional capacitado sobre o emagrecimento saudável. “A mudança de hábito tem que ser familiar. O Nordeste brasileiro tem muito acesso a comidas de qualidade, que vêm da agricultura. Raízes, ovos, queijos e carnes magros devem sempre estar na dieta. A avaliação corporal e hormonal por um médico deve ser o primeiro passo para o emagrecimento”, completou.

*G1

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