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PAUDALHO: Falta de combustível prejudica 90% das avícolas de PE e animais começam a morrer, diz associação

A falta de combustível afetou a produção de 90% das 120 empresas avícolas pernambucanas, desde o início da greve dos caminhoneiros, que entrou no nono dia nesta terça-feira (29). A informação é da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe). Segundo a entidade, o estado é o maior produtor de ovos e frangos do Nordeste.

Sem combustível para abastecer os caminhões que transportam rações para as empresas, aves começaram a morrer. As avícolas também estão perdendo os pintinhos que deveriam ser transportados dos incubatórios, onde nascem, para as granjas em que são criados.

O incubatório de uma avícola na cidade de Paudalho,na Mata Norte, recebe ovos fertilizados produzidos em granjas de aves reprodutoras.

Segundo Rinaldo Melo Filho, vice-presidente da Avipe, na unidade de Paudalho nascem, todos os dias, 100 mil pintinhos. Só que muitos deles não conseguiram sair, nesta terça, do incubatório para a granja de destino, porque não há caminhões abastecidos com óleo diesel.

“O incubatório é só o local onde as aves nascem. Todo o preparo para a alimentação é feito na granja. Aqui, são vacinados e transportados. O diesel estava muito racionado e hoje foi o colapso geral. Se não resolver essa história, não têm como as aves saírem daqui”, explicou.

No alojamento de frangos da avícola de Paudalho há o registro de muitos deles morrendo de fome por causa do racionamento de ração. As aves geralmente ficam no local por 45 dias, alimentando-se várias vezes ao dia.

Cerca de 30% da ração é composta por soja, insumo que não tem chegado às avícolas, assim como o milho. Dessa maneira, os produtores estão improvisando para fazer a alimentação das aves.

“A gente coloca todo o conhecimento que tem de nutrição e formulação [de ração], com o que a gente ainda tem disponível, para conseguir chegar perto de um equilíbrio na dieta da ave. A tentativa agora é de salvar a vida dos animais, para que eles não morram de fome”, disse o vice-presidente.

De acordo com Melo Filho, 15 milhões de aves nascem, todos os meses, em Pernambuco. Parte delas sai do estado para abastecer os mercados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas.
*G1PE

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