Economia

Polícia Federal investiga quadrilha que já roubou R$ 8,6 bilhões em crimes cibernéticos

Do JC Online

A Polícia Federal e o FBI, instituto americano, estão investigando a ação de uma quadrilha chamada de “Gangue do Boleto”, que, somente de fevereiro a maio deste ano, já causou um prejuízo de R$ 8,6 bilhões em vários países. O grupo age nos Estados Unidos, de onde transmite para computadores vírus que filtram dados de transações bancárias e efetuam o golpe. Ao menos 34 bancos em três países foram atingidos.

A gangue do boleto se conecta aos computadores por um vírus, conhecido como “Bolware”. Esse aplicativo é enviado por e-mail com mensagens de supostas cobranças, intimações da polícia, comunicados de bancos e outras mensagens virais que atraiam a atenção do internauta. Após clicar no link e baixar o anexo, o computador é infectado e passa a ser monitorado a distância nos Estados Unidos ou em ramificações da rede no Brasil.

Toda vez que o usuário de um computador infectado digitar um boleto, a quadrilha intercepta o pagamento e desvia o dinheiro para outras contas. Mais de 496 mil boletos já foram vítimas deste ato, em sua maioria com valores de R$ 1,5 mil. A estimativa é que 192 mil computadores estejam infectados com o vírus, a maior parte no Sudeste do Brasil.

A atuação da gangue é realizada em duas situações. A primeira envolve o pagamento de boletos impressos. Na transação, o vírus identifica o código e altera a conta corrente de destino, desviando o montante para uma conta de um laranja da quadrilha no Brasil. O internauta só percebe o golpe após a confirmação do pagamento, quando aparece uma mensagem com o código alterado. A segunda situação é através de compras online com boletos gerados pelas próprias lojas. Neste caso, o boleto original é enviado ao servidor da quadrilha nos Estados Unidos, de onde é adulterado e reenviado com as informações da gangue.

A indicação da Polícia Federal é que, para previnir esse tipo de golpe, o internauta tenha sempre um antivírus atualizado e não abra mensagens de procedência desconhecida. Em caso de compras online, é preferível que as transações sejam realizadas por Débito Direto Autorizado (DDA), porque as informações são checadas em tempo real pelo sistema bancário.

No Brasil, onde os boletos representaram 4,5% do volume de pagamentos e 3% do total de fraudes em 2013, segundo a Febraban, 14% dos usuários já cairam em fraudes como a efetuada pela Gangue do Boleto. O crime cibernético já é o terceiro que mais causa prejuízos no mundo, atrás apenas do narcotráfico e da falsificação de marcas.

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