Saúde

Procedimento melhora autoestima de pacientes de mastectomia

Por ano, cerca de 578 pacientes morrem em Pernambuco por causa do câncer de mama. Também anualmente, o Instituto Nacional de Câncer estima a ocorrência de mais de mil novos casos da doença no Estado. Em casos extremos, o câncer de mama requer a necessidade da retirada do seio. Através do trabalho voluntário da micropigmentadora Glauce Melo, as mulheres que perderam a mama contam, no Hospital Barão de Lucena (HBL), com o procedimento de micropigmentação para reconstrução da aréola e mamilo, que ajuda na recuperação da autoestima e na melhoria na aparência da região afetada.

Alguns meses após a realização da cirurgia de reconstituição da mama, a paciente é submetida à pigmentação, que é feita com a utilização do dermógrafo, com microagulhas. A mesma técnica é utilizada, por exemplo, no design de sobrancelhas. No Barão de Lucena, por mês, cerca de quatro mulheres passam pelo procedimento, que dura em torno de uma hora.  O encaminhamento é feito através dos serviços de mastologia do SUS no Estado.

“Quando a paciente perde a mama e tem de fazer a reconstituição, o que ocorre em 40% dos casos, futuramente, ela terá de passar por este procedimento, que é a fase final da reconstrução do seio; a cereja do bolo. Esse é um trabalho social de alta importância, pois proporciona à mulher a retomada de sua autoestima”, pontua o chefe do setor de mastologia do HBL, Darley Filho.

A paciente Katia Claudino descobriu em 2009, aos 29 anos, um câncer de mama e, no mesmo ano, passou pela mastectomia. Em 2012, após passar pela quimioterapia e pelo processo de reconstrução da mama, ela fez o procedimento de micropigmentação do mamilo e aréola. Hoje, curada, ela conta a sua alegria: “de todo o processo de luta contra a doença, este foi o único momento de satisfação. Antes, eu não gostava de ver meu corpo, pois não conseguia enxergar ali um peito. Só depois da micropigmentação, recuperei a minha autoestima”, afirma.

Glauce Melo, que é dona de um Salão de Beleza no bairro de Casa Forte, começou a realizar o trabalho voluntário após acompanhar o tratamento de seu pai, que teve um câncer de garganta.  Para realizar o trabalho no HBL, ela fez especialização em micropigmentação paramédica. “É emocionante ver a reação das pacientes após o tratamento. A gente acaba fazendo parte da história delas. E essa troca mútua não tem preço”, conta Glauce.

A aposentada Vera Lúcia Correia, que passou pelo procedimento no mês de abril deste ano, agradece à voluntária: “Estou com 60 anos, mas agora com o seio de uma menina de 20. Eu espero que Deus dê vida em abundância para a doutora Glauce. Tenho certeza que Ele vai retribuir esse trabalho que ela faz aqui”.

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