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Projeto incentiva a leitura e a cultura em Carpina 

O Sebo Cultural e o VP promovem um projeto educativo e de responsabilidade social para transformar as vidas das pessoas através da boa leitura

 Paulo Ferreira-  Em Carpina, árvores dão livros. Isso é o que se pode pensar ao se deparar com uma pilha de livros embaixo das árvores no centro da cidade. Com o aumento do uso de tecnologias e das redes sociais, disseminar o bom hábito da leitura é um desafio. Porém se depender do projeto Adão e Eva essa prática vai continuar. Ele é uma iniciativa do Sebo Cultural, localizado no centro de Carpina, e do jornal Voz do Planalto, através do professor Claudionor Mendes, e faz diariamente doações de livros.

Diversas obras de literatura nacional e internacional, didáticos, biografias, literatura infantil, clássicos universais ou revistas antigas são deixados propositalmente embaixo ou em galhos de árvores nas praças da cidade para serem levados e “consumidos” pelos moradores e visitantes.  “A distribuição de livros tem o objetivo de incentivar à leitura, contribuir com a difusão da cultura e educação, além de pretender combater as drogas e a prostituição”, explicou Mendes. “Esse novo formato de deixar livros nas árvores acontece desde o final de 2016. Desejamos doar cerca de mil livros ao longo deste ano. E, dependendo da aceitação do público e da obtenção ou doações de livros, essa prática vai continuar por muitos anos”, disse.

O Sebo Cultural, que vende livros usados em um canteiro da Praça Estácio Coimbra, não é uma ONG e nem recebeu até hoje incentivos públicos ou do setor privado. Mas, apesar de depender da compra e venda de usados, promove o interesse pela leitura e educação. O “Adão e Eva” é social, educativo e cultural e não tem fins lucrativos. O Sebo atua a mais de vinte anos em Carpina, “nunca tivemos o apoio do poder público e, muitas vezes, fomos até perseguidos por certos ex-gestores, que pouco se preocupavam com a educação e a cultura”.

O professor Claudionor contou que, “quando deixo os livros, as pessoas ficam surpresas, alguns me perguntam por que faço isso. Falamos que é um projeto de incentivo à leitura e para promover a cultura, que podem pegar os livros e ler à vontade. Algumas pessoas prometem até a ajudar ao projeto doando livros. Quando retorno aos lugares em que deixei livros, não encontro mais. Isso significa que a aceitação do nosso projeto é boa”. Sobre o nome do projeto, “Adão e Eva”, explicou que “é inspirado no livro do Gênese: o homem e a mulher foram expulsos do paraíso porque comeram o fruto proibido, o conhecimento do bem e do mal. Também será através do saber ou ciência que retornaremos ao paraíso. Isso se soubermos fazer bom uso do conhecimento”, comentou.

O projeto também se preocupa com outros problemas em que está mergulhada a juventude. “É comum vermos adolescentes e jovens perdidos nas praças se drogando. Queremos reverter essa triste situação. Ao invés deles irem para as praças se envolverem com algo ilegal e prejudicial, como os tóxicos e as más companhias; vão se reencontrar com a boa leitura e a educação. Vamos combater as drogas não com armas ou repreensão policial, mas com boas iniciativas, completou.

Para o jornalista Ramos Silva, diretor-presidente do VP, “somente através de uma revolução cultural ou educacional podemos melhorar o mundo, combatendo suas principais mazelas, como as drogas e a violência. Monteiro Lobato afirmou que um país se faz com homens e livros e quem não lê mal ouve e fala. Nossa pretensão é transformar a vida das pessoas, especialmente daquelas que mais precisam, pela leitura”.

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