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Semana da Agricultura familiar mostra a importância que o setor tem para a economia

No dia 24 de julho comemora-se, no Brasil, o Dia Nacional da Agricultura Familiar desde 2006, quando foi sancionada pela Política Nacional de Agricultura Familiar. Mas as comemorações não param por ai, pois no dia 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Agricultura Familiar; já no dia 28 do mesmo mês é comemorado o dia do Agricultor Familiar, ou seja, a toda uma semana de celebração para um dos setores que mais movimenta a economia brasileira, que corresponde a 70% dos alimentos que chegam aos lares e mesas dos brasileiros, mas que, muitas vezes, não tem seu devido valor reconhecido. Em Pernambuco, o órgão responsável por dar assistência ao setor é o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Com mais de 80 anos de atuação, o IPA fornece extensão rural, técnica, pesquisas e afins para contribuir na evolução constante do setor, celebrando juntamente com os agricultores as incalculáveis melhoras para a área.
Em Pernambuco existem 275.740 estabelecimentos rurais de base familiar, o que representa 12,6% da região Nordeste (3ª colocação) e 6,3% do total nacional, ocupando um área de 2.567.070 hectares (IBGE, 2010), tendo como principais produtos agropecuários o milho, o feijão, a mandioca, aves, suínos, caprinos e ovinos. Estes estabelecimentos representam aproximadamente 1,1 milhão de agricultores familiares.
Nesse sentido, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco (SDA), presente em 182 municípios, investe no fortalecimento da agricultura familiar, cujos produtos correspondem a 70% do que é consumido no País. As ações, desenvolvidas nas áreas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), Pesquisa e Infraestrutura Hídrica, são fundamentais para o Desenvolvimento Rural. Em 2019, cerca de 75.000 agricultores familiares foram beneficiados com acesso as políticas públicas (Programa de Aquisição de Alimentos da agricultora familiar, Distribuição de Sementes, Projeto Dom Hélder Câmara, Crédito Rural, dentre outras.), processos de formação e/ou Assistência Técnica e Extensão Rural.
No Brasil, a agricultura familiar constitui a base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, responde por 35% do produto interno bruto nacional e absorve 40% da população economicamente ativa do país (Censo Agropecuário de 2006, do IBGE).
O setor produz 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo do Brasil. Na pecuária, é responsável por 60% da produção de leite, além de 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos do país. O setor também emprega 74% das pessoas ocupadas no campo, de 10 postos de trabalho no meio rural, sete são de agricultores familiares. A importância econômica vincula-se ao abastecimento do mercado interno e ao controle da inflação dos alimentos consumidos pelos brasileiros, uma vez que mais de 50% dos alimentos da cesta básica são produzidos por ela, a agricultura familiar. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), no Brasil, 70% dos alimentos que chegam à mesa da população são produzidos pela agricultura familiar.
Voltando ao nosso Estado, as homenagens aos agricultores e as agricultoras acontecem em todo Pernambuco, pois este público representa garantia de alimentos nas mesas dos pernambucanos e brasileiros. A fala da agricultora Silvana Rodrigues Bezerra, do Sítio Santana da Bernarda, em Santa Cruz da Baixa Verde, representa a importância da terra e água para produzir alimentos e a permanência da família no campo. “Não troco este lugar por nada, de jeito nenhum, aqui é outra vida, é outro ar… posso criar meus filhos com tranquilidade. Minha cisterna que é um sonho realizado pelo projeto Dom Hélder, agora posso ter minha granjinha, criar galinhas, porcos e posso mexer com hortas…”.
O depoimento acima mostra que a agricultura familiar, como modelo de desenvolvimento rural, dialoga com a perspectiva da sustentabilidade, pois tem a capacidade de utilizar diversas estratégias, como o manejo sustentável dos solos, a conservação dos recursos naturais, a valorização dos saberes locais, a produção agroecológica, acesso as políticas públicas, a diversidade da produção, seja para subsistência ou comercialização, de forma comprometida com o ambiente e a sociedade.

Foto: Seagro

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