Destaques Entretenimento Últimas Notícias

TURISMO// Um lugar Bonito de se conhecer

Por Paulo Ferreira
Quer desfrutar bons momentos de lazer e, de quebra, conhecer belezas naturais impressionantes? Esse lugar é o município de Bonito, que fazia parte do Quilombo dos Palmares. O recanto do brejo pernambucano do Agreste é ideal para quem busca relaxar na paz do silêncio e na contemplação da sua exuberante natureza. Bonito tem o charme das cidades do agradável clima de montanhas (temperatura amena de 28º), por conta de suas serras e uma rede diversificada de rios, florestas de Mata atlântica, riachos, açudes, reservas ecológicas, cachoeiras, corredeiras, nascentes, barragens, lagos e piscinas naturais, além das belezas naturais e plantações de flores. Não é à toa que a cidade ostenta esse nome, que faz justiça a sua denominação. O município tem uma elegância rústica bastante apreciável com várias atrações, principalmente para quem curte o turismo rural. Banhos em piscinas naturais, caminhadas ecológicas, trilhas de bicicletas, descansos ao balanço de rede, degustar a gastronomia típica das áreas rurais, banhos de cachoeiras e lagos, passeios a cavalo e de balão. O visitante certamente vai se encantar com Bonito e se integrar à sua natureza, em passeios que vão tirar a tensão e as preocupações de quem vive o estresse do cotidiano. Nas áreas rurais, o encontro com antigos engenhos, como o Barra Azul e sua casa grande, capela, cachoeira, bica, furna, trilhas ecológicas e riqueza histórica, demonstra porque o município está incluído na Rota dos Engenhos. Bonito é conhecido pelo título de “Terra das Águas e Flores” que, além da oportunidade do turismo rural, do ecoturismo e do turismo de aventura, oferece um folclore variado. Entre as suas manifestações culturais, estão os batalhões de bacamarteiros que movimentam as festas populares. No turismo de aventura é possível a prática de diversos esportes, como ciclismo, rapel, natação, trekking, arvorismo, tiroleza, quadriciclo e escalada. A altitude de Bonita é de 443 metros acima do nível do mar, o que lhe proporciona todo esse potencial turístico. O município tem uma boa infraestrutura para atender aos visitantes. A máquina fotográfica é imprescindível quando visitar o município.


Dicas de passeios – Chega-se a Bonito (a 133 km do Recife) pelas rodovias BR-232 e PE- 103, onde várias atrações esperam o visitante, que perceberá o quanto a natureza foi generosa com o lugar. Igreja matriz de Nª Sª da Conceição, de 1812; capela de São Pedro; O Mirante da Serra do Aticum, com a capela de Nª Senhora de Mont Serrat no topo; o afloramento granítico da Pedra do Rodeadouro e a Furna do Rodeadouro; Cachoeira da Gruta; Bonito EcoParque; Refúgio do Rio Bonito, colônia da zona rural; Bica do Engenho Barra Azul; deliciosos banhos em cachoeiras de diferentes nomes: Pedra Redonda, Humaitá, do Encantado, da Corrente, Tomada do Mágico, Véu de Noiva, Véu de Noiva II, do Paraíso e Poço dos Dantas; Furna da Pedra Oca; Reserva Ecológica Mata do Mucuri; Barragens do Prata e do Rio Bonito; reservas ecológicas de Mata Atlântica; Açude da Colônia do Rio Bonito (produção de hortaliças, flores e frutas); plantações de crisântemos; lazer e descanso na Pousada Sítio Vale dos Lagos (Estrada das Cachoeiras, 104, KM 13). O artesanato de madeira e cerâmica, que também apresenta renda, bordados e bonecas de pano são encontrados nas lojas e ruas da cidade.

A Guerra da Pedra do Rodeadouro – O nome do lugar foi dado por caçadores que, no século XV, depararam-se com o encanto da sua natureza, usando a expressão “que bonito”! Porém, a história de Bonito é marcada por fatos trágicos, como a rebelião sebastianista da Serra do Rodeadouro e o movimento do Quebra-Quilos. Em 1819, moradores de um povoamento, revoltados com a carestia dos alimentos, pediam terras para plantar, liberdade religiosa e queriam ser sepultados nas igrejas e capelas, como os ricos, deram origem a um movimento político-religioso. Mas, atraídos pelo misticismo da Pedra do Rodeadouro (conhecida como local de encantamento do bom rei de Portugal Dom Sebastião), onde interesses religiosos aliados à esperança de uma vida melhor, bruxaria, crenças primitivas, indígenas e africanas, rituais sagrados e profanos, além do imaginário religioso ibérico, foram massacrados. Considerados fanáticos religiosos, eles foram acusados de rebeldia ao imperador Dom Pedro I. Tropas imperiais atacaram os moradores, na noite do dia 25 de outubro de 1820. A população foi saqueada, as casas incendiadas e as mulheres violentadas. Formaram-se imensas fogueiras com mortos e feridos no local. Mas, de acordo com historiadores, o povo queria se organizar socialmente e buscar seus direitos. Na rebelião do Quebra-Quilos (1874), contra uma lei imperial, novamente Bonito foi transformada em um campo de guerra e o sangue escorreu por seu solo. Em discurso para amedrontar o espírito revolucionário dos pernambucanos, Dom Pedro I falou: “Lembrem-se das fogueiras de Bonito”.

Deixe um comentário