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Zika vírus: PE confirma 4 casos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirma casos de Zika vírus em Pernambuco. A comprovação foi dada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência nacional, localizado em Belém do Pará. De 11 exames, 4 deram positivo para a enfermidade e 7 foram descartados.
“Como ainda não há um protocolo nacional específico para vigilância e tratamento do Zika vírus no Brasil, a nossa recomendação para os profissionais médicos é continuar notificando os casos suspeitos como dengue e fazer o tratamento do paciente como determina o manejo clínico dessa doença, lembrando também da necessidade de hidratação. Isso é importante pois ambas possuem a mesma sintomatologia e o mesmo tratamento. A diferença é que, dentre elas, a dengue é a única que mata, por isso a necessidade de sempre suspeitar dessa enfermidade”, diz o diretor geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech.
No Brasil, ainda não há sorologia disponível comercialmente para a realização em massa dos testes de Zika vírus. Atualmente, o Ministério da Saúde (MS) está estudando como será o protocolo e como fazer a disseminação do teste comprobatório para os Estados.
“O Zika vírus é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue. Isso torna ainda mais importante as ações de controle do Aedes aegypti tanto pelos municípios quanto pela população. Qualquer recipiente com água parada, seja uma tampa de garrafa ou uma caixa d’água, pode se transformar em um criadouro. Precisamos ficar vigilantes para eliminar esses possíveis focos, principalmente nas residências, responsáveis por cerca de 90% desses depósitos. Só assim conseguiremos diminuir o número de casos de dengue e evitar a nova enfermidade”, afirma George Dimech.
CASOS EM PE – As confirmações de Zika vírus foram nos municípios de Jaboatão dos Guararapes (mulher de 24 anos), Olinda (homem de 19 anos e homem de 61 anos) e Recife (criança do sexo feminino de 13 anos). Todas as notificações ocorreram na primeira quinzena do mês de março. Os pacientes tiveram manchas vermelhas pelo corpo, febre, coceira e dor nos olhos, articulações e no corpo, sintomas também característicos dos casos de dengue.
Ainda há 36 amostras em análise no laboratório Instituto Evandro Chagas.
O QUE É – Doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e caracterizada pelo aparecimento de manchas avermelhadas pela pele, febre, dores articulares ou musculares, dor de cabeça, coceira. Os sintomas desaparecem entre o 3º e o 7º dia. Geralmente não há complicações graves e não há registro de mortes. A taxa de hospitalização é baixa. De acordo com o Ministério da Saúde, na literatura, 80% dos casos das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas.
DADOS – No Brasil, já há confirmações de Zika vírus na Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Alagoas, Roraima, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os casos foram comprovados pelo Instituto Evandro Chagas.
No mundo, atualmente, há registro de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook). Casos importados foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, Austrália e Ilha de Páscoa.
HISTÓRICO – O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos em Uganda, na floresta de Zika em 1947. Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em países da África (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão), Ásia (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa).
Nas Américas, o Zika Vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, no início de 2014.

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