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 Alzheimer alerta para impacto da doença

 Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas e se agrava ao longo do tempo –  a progressão da doença acarreta problemas como esquecimento de fatos mais antigos, desorientação no espaço e irritabilidade.

No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de demência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência1, representando perda de qualidade de vida para os pacientes e familiares. No Brasil, a expectativa é de que o cenário se torne ainda mais dramático, uma vez que, em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais ultrapassará os 58 milhões, segundo relatório do IBGE2. O número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve crescer em proporção semelhante.

O preconceito pode ser um obstáculo considerável no trato com os problemas relacionados à doença de Alzheimer e outras demências, incluindo os baixos índices de diagnóstico além da disponibilidade e utilização de serviços de saúde. “A ampliação do acesso aos tratamentos via Sistema Público de Saúde contribui para minimizar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores”, comenta o presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o neurologista Rodrigo Rizek Schultz.

Entre as terapias medicamentosas para tratamento da Doença de Alzheimer disponíveis o SUS, estão: cápsulas, comprimidos e cápsulas de liberação prolongada. Há um ano, o Ministério da Saúde também disponibiliza o medicamento Rivastigmina em formato de adesivo transdérmico. Ele age inibindo uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor essencial nos processos cognitivos, principalmente a memória3

De acordo com a Constituição Federal, o Sistema Público de Saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença, envolvendo a medicação indicada. Para isso, o paciente deverá procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. O Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT) do Ministério da Saúde prevê que geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências podem prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.

5 cuidados para o paciente com Alzheimer

Para ajudar a lidar com os desafios do paciente, o neurologista e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Rodrigo Schultz, relaciona cuidados essenciais aos quais familiares e cuidadores precisam estar atentos.

1. Estímulo para o cérebro. Exercícios como montar um quebra-cabeça estimulam as funções cerebrais e auxiliam a treinar a linguagem, a memória e a fazer pequenas tarefas.

2. Incentivar a atividade física. Programas individualizados de atividade física são benéficos para a função motora de pessoas com DA leve a moderada. Além de prevenir dores e quedas, melhora a disposição e o humor.

3. Medicação, tratamento adequado e orientação. Como dito anteriormente, a doença de Alzheimer não tem cura. Porém, se diagnosticada no início, o tratamento adequado retarda o avanço e ameniza os sintomas.

4. Segurança. As confusões mentais e lapsos de memória decorrentes do Alzheimer podem colocar a segurança do paciente em risco. Minimize os contratempos com medidas simples: informe vizinhos e amigos do estado do paciente para que, se necessário, eles o ajudem.

5. Alimentação. A nutrição adequada a cada paciente deve ser orientada por um especialista. Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas: carnes brancas, como peixe e aves; carnes vermelhas magras; leite desnatado; carboidratos e reguladores, fontes de vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).4,5

Referências:

1. Demência: número de pessoas afetadas triplicará nos próximos 30 anos; disponível em:https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5560:demencia-numero-de-pessoas-afetadas-triplicara-nos-proximos-30-anos&Itemid=839 (acessado em junho de 2019)

2. Projeção da População 2018; disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/21837-projecao-da-populacao-2018-numero-de-habitantes-do-pais-deve-parar-de-crescer-em-2047  (acessado em junho de 2019)

3. Bula do medicamento; disponível em http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=23574372016&pIdAnexo=3933177 (acessado em junho de 2019)
4World Health Organization. 2004 Global strategy on diet, physical activity and health. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data.

5. Nettina SM. Manual of Nursing Practice 8ª edição, cap 9, pp 166-184.Lippincott Williams & Wilkins USA, 2006.

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