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Pranto pelo Médico Aldo Mota (homenagem do jornal Voz do Planalto) 

Por Paulo Fernando Ferreira

A Vida ordenou a seu exército que prendesse a Morte. Soldados percorreram os quatro cantos do mundo, e aprisionaram-na. Acorrentada diante da Vida, que tinha uma espada flamejante à mão, a Morte lhe perguntou: “Que significa isso?” A Vida respondeu: “Por que mataste ao médico Aldo Mota?”   

– “Apenas cumpri minha triste missão.” 

– “Como tiveste coragem de tirar a vida de um homem tão importante?” 

– Entre lágrimas, a Morte falou: “Assim, como dás o primeiro sopro e a conservação da vida; eu retiro o último suspiro, quando necessário for. Dr Aldo completou o ciclo de sua existência, precisava descansar. São ordens do Senhor.” 

Chorando, a Vida disse: “Lembro-me de Aldo, ainda garoto, brincando nas caatingas do sertão de Sanharó, no Sítio Cajueiro, onde seus pais moravam. Menino estudioso, quando chegava da escola ainda ia ajudar ao seu pai agricultor no trabalho do roçado. Mesmo sendo aluno de escola pública; passou no vestibular para medicina na UFPE. Estudante aplicado, logo se tornou um excelente médico. Não tinha apenas conhecimento técnico-científico, também usava a sensibilidade na relação com cada paciente. Sua maior missão era o acolhimento. Teve grande prestígio e respeito da classe médica, dos amigos e pacientes. Destacava-se também pelo atendimento personalizado e humanizado a seus pacientes. Isso era um diferencial na sua carreira médica. Na nobre missão da medicina, ele é um exemplo de bom profissional. Entra para a História como um homem que valia seu peso em ouro.   

Quantos, ele trouxe ao mundo, em partos normais, ou cesarianas?  Quantas vidas salvou? Quantas dores amenizou, quantas doenças diagnosticou, preveniu e curou? Os médicos, que a tantos curam; não conseguem se salvar! Os médicos não deviam morrer…” 

A Morte completou: “DR. Aldo Azevedo Mota, entre tantas funções, foi diretor geral do Hospital da Restauração, no Recife, onde também exercia a função de cirurgião. Ali realizou grandes melhoramentos estruturais e no atendimento. Além dos cuidados com a saúde, destacou-se também pelo bom relacionamento com a Imprensa e usuários. Foi diretor dos hospitais de Paudalho e das Clínicas de Carpina, cidade que doou sua vida trabalhando pela saúde da população. Fundou, juntamente com os médicos Renato Boto e Luiz Petribu, o Hospital das Clínicas de Carpina, em 1971, trazendo melhor qualidade de saúde para a população da Mata Norte. Durante mais de 20 anos foi superintendente de saúde da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Ele, agora, dorme profundamente o sono dos justos, e certamente tem belos sonhos. Que descanse na paz eterna.” 

A Vida ainda falou: “Ele tinha grande responsabilidade com a Saúde. Pobres ou ricos tinham o mesmo tratamento. Esse carinho médico, fez com ele fosse muito querido por todos. Natural de Pesqueira, Aldo era pai amoroso de Keila, Cristina (médicas), Aldo Júnior e Almir (advogados), que eternizam e eternizarão Dr. Aldo em a toda sua descendência. A Terra perdeu; ganhou o céu”   

A Vida soltou a espada, com a qual pretendia ceifar a morte.   Vida e Morte se abraçaram pranteando pelo eterno médico Aldo Mota 

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