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Rede de pesquisa qualifica filhos de agricultores em energia fotovoltaica

Alunos do sertão de Pernambuco receberão qualificação de especialistas da rede nacional de pesquisadores (Ecolume) sobre placas fotovoltaicas

 Nesta quarta-feira (8), 34 alunos da escola Serta de Agroecologia em Ibimirim, no sertão pernambucano, começam a capacitação sobre energia solar fotovoltaica. O primeiro módulo do curso, que inclui a abordagem sobre o funcionamento teórico e técnico dos equipamentos, inclusive dos componentes internos, e as oportunidades deste segmento energético que tem crescido bastante no semiárido nordestino, terminará amanhã. A segunda etapa será já nos dias 23 e 24, tendo como foco a produção de alimento e fitoterápicos oriunda de plantas nativas da área, que serão produzidas a partir do 1º sistema agrovoltaico do Brasil a ser ativado na escola no dia 25 do próximo mês – data prevista para que a Celpe libere a ativação das placas fotovoltaicas já instaladas na unidade educacional. A iniciativa é da Rede Nacional de Pesquisadores (Ecolume) em Mudanças Climáticas e Soberania Energética, Hídrica e Alimentar no Bioma Caatinga, financiada pelo CNPq.

O curso sobre energia solar fotovoltaica será ministrada pelo doutor em Botânica, Diogo Araújo, parceiro do Ecolume e CEO da startup VertSol ligada ao segmento da energia solar. O pesquisador do Ecolume, Heitor Sabino, também conduzirá a capacitação dos estudantes nos dias de hoje amanhã na própria unidade da escola Serta de Ibimirim. O Ecolume é coordenado pela pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco, a climatologista e doutora em Recursos Hídricos, Francis Lacerda. “Todos os estudantes lá receberão certificado e poderão contribuir para que a experiência do 1º Sistema Agrovoltaico do Brasil aqui em PE, no qual estamos desenvolvendo em parceria com o Serta”, fala Francis.

No dia 25 do próximo mês, as placas solares já instaladas pelo Ecolume no Serta devem receber a liberação da Celpe para serem ligadas à rede elétrica. Deve gerar 400kwh por mês. A energia será usada no Sistema Agrovoltaico, o qual vai produzir alimentos em baixo dos equipamentos e as placas fotovoltaicas ainda servirão como aparato de armazenamento da água da chuva. A energia elétrica gerada a partir do sol será utilizada no bombeamento do sistema de irrigação a partir do modelo de reuso da água. Ainda terá sobra de energia a ser usada nas atividades da escola.

Além da produção de hortaliças, outros vegetais e até a criação de peixes e aves, o sistema será usado no replantio de plantas da Caatinga, como o umbu, espécie em início de processo de extinção, mesmo com grandes propriedades nutricionais e farmacológicas. As propriedades da planta e a sua viabilidade como uma alternativa de bioeconomia em Ibimirim, mas também em todo o semiárido do NE será inclusive o tema do segundo módulo do curso do Ecolume com os alunos do Serta nos próximos dias 23 e 24. A professora doutora do Departamento de Bioquímica da UFPE, Márcia Vanusa, integrante do Ecolume, será uma das docentes do curso. E também o pesquisador do IPA, Antônio Carlos, especialista em Umbú.

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