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Lei pretende tornar teatro e cinema acessíveis para surdos

A entrada em vigor da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2016), este ano, trouxe novo impulso para criação de normas estaduais em favor da acessibilidade. Esse é o caso, por exemplo, de uma matéria aprovada pela Assembleia e publicada em setembro passado.

A proposta foi elaborada pelo deputado Beto Accioly (PSL) e prevê a distribuição gratuita do texto impresso de peças teatrais e a exibição de filmes nacionais com legenda para surdos. Ele também é autor da legislação em benefício da pessoa com visão monocular, que passa a ser considerada uma deficiência visual. O parlamentar reafirma a luta pela inclusão social: “Acho que a gente tem que defender essa bandeira. São pessoas que realmente precisam e o Poder Público tem que estar sempre voltado a ajudar, de uma certa forma, a vida de todos os deficientes.”

A dificuldade de comunicação em espaços públicos é algo que o engenheiro florestal René Hutzler, 38 anos, conhece bem. Ele tem surdez profunda, o grau mais elevado da deficiência, e se viu prejudicado na Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde não havia intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). René solicitou à instituição que as aulas fossem traduzidas e foi atendido.

Além do português, ele fala alemão, faz leitura labial em espanhol e lê em inglês. Bem-informado e incisivo, René Hutzler alerta que não se deve usar a expressão surdo-mudo, denominação incorreta, uma vez que a mudez é outro tipo de condição.

O engenheiro integra o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e ressalta que o direito à cultura não é plenamente exercido no País. Ele considera a nova lei prevendo teatro e cinema acessíveis um avanço importante: “Eu acho muito bom haver esse acesso à cultura e ao teatro para o surdo. Porque é muito importante para o surdo ter acesso à comunidade.”

René aponta que os espaços públicos em geral ainda carecem de adaptação para surdos, a exemplo dos hospitais, que não disponibilizam intérpretes de Libras. “Podem aparecer raramente nos hospitais infantis, eu só vi uma vez. Todo hospital deveria ter um intérprete, pois é muito importante para que o surdo possa se comunicar, ter acesso a remédio mais certo.” Para saber mais sobre a luta dos deficientes auditivos, visite a página da campanha da legenda em filmes nacionais:  www.legendanacional.com.br

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